Algum tempo atrás tive a oportunidade de assistir uma palestra com Maurício Cid, o criador do site “Não Salvo”. Hoje, gerencia cerca de 23 blogs (pelo menos, é o que apontam as reportagens. rs) e é considerado um empresário de sucesso. Conseguiu transformar a brincadeira em fonte de renda.
Divertido, contou casos onde atuou gerando buzz e engajamento. Em dado momento, ele apontou algo digno de reflexão: como pode ser fácil manipular as informações via rede. E ilustrou com um caso.
Em uma de suas palestras em uma escola ou universidade (não me recordo), ele propôs: vamos matar alguém hoje? ( Acalme-se leitor, daí não saiu nenhum assassinato. Pelo menos… Físico.) Os alunos escolheram uma personalidade famosa e Cid os orientou a propagar a informação em algumas plataformas. Espantosamente, alguns minutos depois e a notícia estava sendo veiculada em portais de notícias.
O boato passava a ser verdadeiro em questão de pouco tempo.
Não é preciso ser verdadeiro para ser viral. Observa-se o recente caso de dois jovens que se passaram por retardatários do Enem e que vieram à público para dizer que tudo não passou de encenação. Tratava-se de um projeto acadêmico para testar o conteúdo de caráter viral. ( E nessa, nem o “Não Salvo” de Cid, escapou. Já que o site foi um dos que compartilharam as imagens e o ajudou a viralizar.)
O objetivo do projeto era alcançar visibilidade em pouco tempo. Conseguiram. Mas, não basta chegar. É preciso continuar ali. Um dos grandes desafios da publicidade atual já que o conteúdo hoje tem duração efêmera.
É importante pensar também no motivo que os levou a alcançar notoriedade e, para a publicidade, os holofotes devem ser, de preferência, positivos. Ainda que, tais situações possam ser utilizadas pela publicidade de forma criativa – como foi o caso de Chiquinho Scarpa e o enterro de sua Bentley.
Seja como for, estas situações alertam para o fato de que devemos estar ainda mais atentos. E não falo apenas em relação a veracidade do que compartilhamos, mas o cuidado ao expressar nossas opiniões.
A internet ajudou a amplificar as nossas vozes. O conteúdo que compartilhamos e que ajudamos a viralizar diz muito sobre nós. E ajudam a construir personalidades inteligentes como Cid, que na brincadeira, conseguiu o engajamento que milhares de marcas desejam.