O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em 2009. Pois é, faz mais de 10 anos, e eu sei que muita gente ainda se perde com as mudanças que foram aplicadas na língua portuguesa.
Isso significa que as regras do novo Acordo Ortográfico estão valendo desde 2009?
Na verdade, todas as mudanças foram aplicadas em 2009 sem obrigatoriedade. Ou seja, por um tempo as palavras que passaram por mudanças poderiam ser escritas em sua forma antiga ou na forma nova.
Mas desde 2016 o que vale é o que segue as regras do atual Acordo Ortográfico. Viu só por que você precisa se atualizar e tomar cuidado para não se confundir mais? 😅
Então vou ajudar você a se entender com as principais mudanças. Afinal, até a língua portuguesa se atualiza, não é mesmo?! Agora chegou a sua vez. 😄
Mudança 1: Adeus, trema!
Esta regra você assimilou rapidinho, não é?
Desde 2009 não devemos mais usar o trema nas palavras brasileiras. Só se mantém o trema em palavras estrangeiras e suas derivadas.
Algumas palavras que mudaram com essa regra são:
Cinquenta
Frequente
Linguiça
Pinguim
Sequência
Mudança 2: Não se usa mais acento em palavras com ÉI ou ÓI na penúltima sílaba
Com esta regra eu vejo que as pessoas ainda sofrem um pouquinho.
Não se usa mais o acento dos ditongos abertos ÉI e ÓI das palavras paroxítonas, que são as palavras em que a sílaba tônica - aquela falada com mais ênfase - está na penúltima sílaba.
Vamos ver alguns exemplos de palavras que perderam o acento com essa mudança, porque assim fica muito mais fácil para absorver a informação:
Apoio
Boia
Colmeia
Estreia
Geleia
Heroico
Ideia
Jiboia
Joia
Paranoia
Paranoico
Plateia
Todas essas palavras devem ser escritas sem acento.
Mudança 3: Não se usa mais acento nas palavras terminadas em ÊEM, ÔO e ÔOS
Alguns exemplos de palavras que perderam o acento com essa regra são:
Deem
Doo
Enjoo
Leem
Magoo
Perdoo
Veem
Voo
Voos
Mudança 4: Não se usa mais o acento que diferenciava alguns pares de palavras
Aqui entram os pares de palavras que antes ficavam quase iguais, diferenciavam-se apenas por causa do acento. Agora, ficam iguais porque não devemos mais escrevê-las com acento.
Veja dois exemplos para entender melhor. Antes tínhamos:
Pára (verbo) e para (preposição)
Pêlo (substantivo) e pelo (contração da preposição + artigo)
Hoje temos apenas para e pelo, sem acento nas duas versões.
Dica extra:
O acento na palavra forma (aquela usada para fazer bolo) é facultativo; você pode usar ou não. Existem situações em que o acento ajuda a evitar confusões. Por exemplo: Qual é a forma da fôrma de bolo que você comprou?
Mudança 5: O temido hífen 😆
Algumas regras mudaram com o uso do hífen em palavras formadas por prefixos como: anti, auto, co, contra, ex, extra, hidro, hiper, inter, macro, micro, mini, multi, pós, pré, pró, recém, semi, sobre, ultra e vice.
Saiba quais são as regras com esses prefixos:
1. Usa-se hífen quando o segundo elemento da palavra começa com H.
Exemplos: anti-higiênico, anti-herói, mini-hotel e super-homem.
2. Não se usa hífen quando o prefixo termina com vogal diferente da vogal que inicia o segundo elemento.
Ou seja, vogais diferentes ficam juntinhas, sem hífen.
Exemplos: antiético, autoescola, autoestima, infraestrutura e semiaberto.
3. Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com consoante diferente de R ou S.
Exemplos: antibacteriano, autodidata, autopeças, contracapa, microcomputador e seminovo.
4. Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com R ou S.
Nesses casos, você duplica as consoantes R ou S.
Exemplos: antirracismo, antirrugas, antissocial, contrassenso, hidrossanitário, minissaia, semirreta e ultrassom.
5. Usa-se hífen quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.
Ou seja, vogais iguais devem ser separadas por hífen.
Exemplos: anti-idade, anti-inflamatório, auto-observação, contra-ataque, micro-ondas e micro-ônibus.
6. Usa-se hífen quando o prefixo termina com a mesma consoante que inicia o segundo elemento.
Ou seja, consoantes iguais devem ser separadas por hífen.
Exemplos: inter-racial, super-realista, super-resistente e super-romântico.
7. Não se usa hífen quando o prefixo termina em consoante e o segundo elemento começa com uma vogal.
Exemplos: hiperativo, interestadual, superamigo, superexigente, superinteligente e superinteressante.
8. Sempre se usa hífen com os prefixos EX, RECÉM, PÓS, PRÉ e PRÓ.
Exemplos: ex-namorado, ex-presidente, pós-graduação, pré-vestibular, recém-casado e recém-nascido.
9. Não se usa hífen com o prefixo CO, que deve ser escrito junto ao segundo elemento, mesmo que este seja iniciado por O ou H.
No caso do H, a consoante deverá ser cortada. Quando o segundo elemento iniciar com R ou S, essas consoantes deverão ser duplicadas.
Exemplos: coabitação, coautor, cofundador, coobrigação e corresponsável.
Bom, essas foram algumas das mudanças principais. Existem outras, mas listei neste artigo as que mais aparecem no nosso dia a dia.
Você pode saber mais sobre as mudanças do novo Acordo Ortográfico no aplicativo Michaelis - Guia Prático da Nova Ortografia, que você encontra para baixar gratuitamente em seu celular. Nele aparece tudo o que falei aqui e mais outras regras e exemplos. É bem fácil navegar nesse aplicativo para acabar com as suas dúvidas. 😉
Você também pode consultar os dicionários on-line Michaelis e Caldas Aulete ou, ainda, o VOLP. Neste último você não encontra o significado das palavras, mas descobre qual é a grafia correta.
Espero ter ajudado você a se atualizar com o nosso português. 😄