Logo no começo da quarentena, uma empreendedora enviou um direct no Instagram da minha firma, a @balloonconteudo contando que tem um brechó online e tava se sentindo perdida e com vergonha de vender durante a pandemia, já que o momento é super delicado.
Para nós que temos micro negócios e atuamos como autônomos, não é difícil entender que precisamos continuar vendendo pra pagar nossos boletinhos. Nem todos podem parar.
Não estamos fazendo nada errado em tentar sobreviver e pagar nossas contas no meio de uma pandemia.
Certamente você não está superfaturando milhões em cima da desgraça e nem fomentando um mercado exploratório ao vender o que faz. Como a Osklen que vendeu máscaras por R$147 com uma justificativa vergonhosa - convenhamos - dizendo que uma parcela do valor iria à caridade.
E para quem defende com "mas só compra quem quer" eu até concordo.
Porém, grandes marcas (assim como celebridades e políticos) exercem um grande poder de influência e devem ter muita responsabilidade em suas falas,
andados, posicionamentos e etc. (pega essa referência). 😎
O que pode ser apenas uma compra luxuosa pode esconder uma falsa caridade, um imenso oportunismo (saibamos separar oportunismo de oportunidade) e um ambiente de trabalho exploratório e até escravo que é financiado a cada compra.
Então não há razão para você, micro e pequeno empreendedor, ter vergonha de continuar vendendo, mesmo que seu negócio não seja considerado essencial nessa fase.
O consumo existe e vai continuar existindo, independente dos problemas do mundo.
Mas quando vendemos baseados em nossos valores, com transparência e respeito, fica muito mais justo.
Um moletom pode não ser essencial neste momento, mas pode fazer com que melhore os dias em home office, trazendo conforto e até melhorando a autoestima.
O que você vende pode ir muito além de apenas um produto ou serviço, pode resolver a dor de alguém, entregando conforto, alívio, tempo livre, economia ou a solução para algum problema.
E é isso! ❤