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A Arte de Ser Multipotencialista

A Arte de Ser Multipotencialista
Paloma Piccinini
ago. 15 - 6 min de leitura
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*artigo originalmente postado no site inlocoexperience.com.br

 

Quantas vezes você acorda sentindo vontade de fazer algo diferente? Raramente? Sempre? Você sente uma necessidade constante em produzir, criar? Ou está sempre atrás de alguma novidade... porque afinal permanecer fazendo o mesmo te cansa, e muito. 

 

Isso, my friend, pode ser sinal de que você é uma pessoa multipotencial. Mas calma lá que já te explico.

 

Hoje, para nossa geração e para as futuras, estamos num momento de busca por propósitos. Não basta somente se encontrar profissionalmente, ansiamos por mais. Por mais experiências, por mais vivências, queremos extravasar as fronteiras das nossas potencialidades, explorar e desenvolver mais habilidades. Queremos buscar novos interesses. E queremos fazer isso hoje, agora.

Algumas pessoas até pouco tempo alertavam que essa busca sem um norte específico poderia ser falta de foco. Eu, particularmente devo confessar que também achava. Pensava que era loucura querer fazer 2 cursos de línguas ao mesmo tempo, ler de 3 a 4 livros, finalizar uma faculdade ir para outra e acrescentar a tudo isso uma especialização. Mas sabe do que mais? Não me sentia cansada, de certa forma percebia um sentimento de calmaria, de completude, pois eu estava tirando o máximo de proveito. Eu estava feliz em poder colocar em prática todas as minhas vontades.

Mas lá vai a confissão número dois. Ao mesmo tempo em que estava me sentindo satisfeita e extremamente engajada, me incomodava o estigma de ser alguém SEM FOCO. A percepção que os outros tinham de que não completaria metade do que me propus ou que isso de certa forma não acrescentaria para meu futuro profissional tomou conta. Ao ponto em que num determinado momento parei. Parei com tudo.

Entrei naquele famoso modo operandi: acorda, trabalha, vai para faculdade, janta e dorme. Estava como se diz, sentada na janelinha do trem vendo a vida passar, sabe. Blasé. Aff, era eu. Nada tinha mais graça.

Estava estagiando em um grande escritório de advocacia, algo que queria muito, porém, me sentia estagnada, nada mais me instigava. Até que, em um determinado momento meu pai me convocou para retomar o trabalho em uma de nossas empresas, aceitei um tanto quanto relutante, porque sabia, que a sensação de monotonia não iria se dissipar, na verdade a consolidação era inevitável. 

E esse foi o sentimento que perdurou, e digo isso em todos os aspectos da vida. Estava num relacionamento de anos que levou a um casamento que não deu certo. Estava insatisfeita tanto pessoal quanto profissionalmente, e pior de tudo que só fui me dar conta disso quando a banda já tinha passado.

O ponto de virada se deu quando me separei. Sabe quando esta tudo ruim, naquele nível de fundo de poço? Acho que esse momento foi necessário, e de certa forma bem vindo, pois foi efetivamente nesse momento do vai ou racha, que algo se transformou. Foi a partir deste momento que eu acordei para a vida.

Mas claro que sair da procrastinação e realmente fazer algo a respeito, leva tempo. 

E por mais que estejamos falando de alguém que fez terapia por 10 anos. Não é acordar numa manhã e ver que os problemas foram solucionados. 

 

O autoconhecimento não ocorre do dia para noite e a vida não se transforma num passe de mágica, e sabe de uma coisa, não deveria. Porque isso seria too boring. O que vem fácil, vai fácil e não se consolida. Então não adianta é preciso dedicação, tocar na ferida, encarar o medo e seguir adiante, porque o resultado te transforma.

 

E passando por esse momento de reflexão me deparei com alguns questionamentos. O que eu quero? O que eu gosto? O que me motiva? E para minha surpresa a resposta se transformou em uma lista, que acabou virando um check list. Aquilo despertou a pluralidade lá do começo. A ânsia em aprender, conhecer, buscar voltou. Eu queria viver intensamente tudo e agora sem o medo para me conduzir.

Não me importava mais se meu pai iria aprovar ou não. A validação que buscava fora, descobri dentro de mim. 

Hoje sei que a constante busca por sentir-se completa não me traz mais ansiedade, mas desperta em mim um interesse cada vez mais incansável de ir atrás de novidades, de desbravar, de inovar e de revolucionar. E foi nesse movimento que descobri textos como de Rafa Capai da Espaçonave e das Irmãs Alcantara do Tudo Orna. Descobri que sou MULTIPOTENCIAL, um verdadeiro CANIVETE SUÍÇO.

Uma pessoa que só não tem diferentes talentos, mas também tem diferentes interesses, vontades e cujo incômodo só chega quando a rotina se instaura. Fazer mais do mesmo? Não, muito obrigada. Fazer a roda girar, engajar, empoderar e produzir é isso que quero fazer. Sem ser enquadrada ou ter que assumir um único label. 

Eu quero é ser essa pluralidade que me alimenta, essa inconstância que me move. Quero ser empreendedora da minha própria multiplicidade, explorando ao máximo essa alta capacidade de se adaptar as mudanças e fazendo disso um verdadeiro movimento que ajuda outras pessoas a também encontrarem o seu propósito.

E o primeiro passo acho que você mesmo já descobriu: permita-se ser multipotencial. Permita-se desbravar e se jogar na aventura que é o autoconhecimento, empodere-se dessa habilidade de se transformar. E seja.

 


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